Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo, no qual a dimensão local e global estão ligadas (Carta da Terra).

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Jan 17

 

Este ano a OCDE publicou um estudo sobre desperdício na despesa da saúde nos países membros (Tackling Wasteful Spending on Health). São apontadas sete áreas com excesso de despesa e com eventual prejuízo na saúde das pessoas, grupos e populações.

Os números para a OCDE nas áreas reportadas são:

  • 10% de intervenções desnecessárias e infecção adquirida nos serviços de saúde;
  • 10% da despesa hospitalar é afecta a correcção de erros ou infecções adquiridas em serviços de saúde;
  • 33% das crianças nascem por cesariana, sendo o número possível de 15%;
  • a variação da penetração de consumo de genéricos é entre 10 a 80% do total dos fármacos;
  • 20% das urgências em Portugal são inapropriadas;
  • as perdas por erros e fraude são em média de 6% da despesa dos serviços de saúde.

Na análise realizada Portugal apresenta melhores indicadores em admissão ao hospital relacionada com problemas de diabetes e no financiamento do sistema de saúde. No entanto, não estamos bem nas infecções adquiridas nos serviços de saúde e na utilização dos serviços de urgência. 

As Grandes Opções do Plano na área da Saúde para 2017, o Plano Nacional de Saúde e os Programas Prioritários em Saúde procuram dar respostas a estes desafios. Os reflexos destas orientações começam a estar explanados nos Planos Locais de Saúde em que a participação da comunidade é um factor essencial. Esteja atento e informe-se sobre o Plano Local de Saúde da sua área.

 

Daquilo que conheço, há muito para fazer e trabalhar. Continuamos a batalhar nas Precauções Básicas de Controlo da Infecção, na utilização de Equipamentos de Protecção Individual, em divulgar os 5 momentos da higienização das mãos... mas chegamos aos locais e não há água quente (ou sistemas de climatização), os profissionais de saúde estão desmotivados ou ignoram certas regras (em nome do andar bem vestido aperaltado).

Vemos muito desperdício de materiais que, devido a uma má gestão, vão ficando nas prateleiras, passando o prazo (de esterilização, de medicamentos - felizmente actualmente já existem plataformas informáticas de gestão do material, o que permite um maior controlo e evita abusos e desvios).

Vemos os médicos e enfermeiros nos bares (também têm direito à pausa, claro que sim) de bata vestida e estetoscópio ao pescoço (imagem de marca dos médicos), bata essa que serve para proteger das contaminações, bata essa que à partida está contaminada com microorganismos, mais ou menos perigosos.

Vemos a população a recorrer às urgências porque o filho vomitou no carro (enquanto bebia um leite com chocolate - esta é real), porque precisam de pedir nova medicação para a conjuntivite (outra real, fruto de conversas enquanto aguardava que me chamassem), porque não têm unidades de saúde nas proximidades ou estas não têm resposta...

 

E os Planos Locais de Saúde? Estes, para já, constituem um bom plano de intenções, mas não sei até que ponto estão a ser operacionalizados no terreno... 

 

 

publicado por Maria às 11:21
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