Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo, no qual a dimensão local e global estão ligadas (Carta da Terra).

02
Mar 17

 

 

Notícia divulgada ontem, na Mood (mas que não é uma novidade) alerta para o perigo escondido em aditivos alimentares, no caso o Dióxido de Titânio.

Este aditivo, que tem o código E-171, está presente em diversos alimentos e alguns produtos de beleza (pasta de dentes incluída), existindo estudos que indicam que este pode prejudicar a barreira intestinal, prejudicando quer a defesa do organismo, quer a absorção de alguns nutrientes.

A European Food Safety Authority publicou em Setembro de 2016 o último estudo sobre a segurança deste aditivo, onde se conclui:

From the available data on absorption, distribution and excretion, the Panel concluded that:

  • the absorption of orally administered TiO2 is extremely low;
  • the bioavailability of TiO2 (measured either as particles or as titanium) is low;
  • the bioavailability measured as titanium appeared to be independent of particle size;
  • the vast majority of an oral dose of TiO2 is eliminated unchanged in the faeces;
  • a small amount (maximum of 0.1%) of orally ingested TiO2 was absorbed by the gut-associated lymphoid tissue (GALT) and subsequently distributed to various organs and elimination rates from these organs were variable.

(...)

 

No entanto, também recomenda que sejam realizados mais estudos, incluindo uma caracterização do tamanho das partículas e a determinação do um nível máximo de impurezas (tais como mercúrio ou cádmio)  presentes no aditivo alimentar.

 

Outros textos sobre o tema:

  • A Deco em Maio de 2014 fez um artigo sobre os aditivos alimentares, mais especificamente os corantes, onde consta o E-171
  • No site photocatalysis constam algumas informações sobre este aditivo
  • Mais informação sobre aditivos alimentares no Esmeralda Azul
  • E no SapoLifestyle uma lista de alguns aditivos a evitar
publicado por Maria às 15:06

21
Fev 17

As máquinas de café em cápsulas são deveras convenientes, disso não há duvidas. 

Permitem escolher diversos blends (mais fortes, mais fracos, mais aromáticos), é muito fácil tirar um café e a sujidade é mínima.

Mas, o que está por detrás do café em cápsulas? Será que essa conveniência não trás um preço amargo à saúde e ambiente?

Segundo uma noticia do observador, o próprio inventor das cápsulas de café já se arrependeu de as ter inventado...isto devido à poluição gerada pelas mesmas.

Aqui estão alguns factos interessantes (ver aqui, aqui e aqui):

- Segundo a DecoProteste, se cada pessoa beber dois cafés por dia, em 350 dias, consome cerca de 700 cápsulas, o que pode chegar a 700 g de alumínio, 5,7 kg de plástico ou 4,2 kg de papel (isto imagino que varie com a marca de cápsulas utilizada);

700 cápsulas por pessoa/ano, multiplicando pelo número de utilizadores de cápsulas de café (o número é astronómico, mesmo).

- A maioria dos utilizadores não as coloca em ecopontos adequados (já existem em alguns supermercados, as próprias marcas por vezes recolhem as cápsulas), o que faz com que o alumínio e plástico que as compõem vá parar a aterro;

- Mesmo quando é reciclado, o alumínio produz alguns subprodutos tóxicos, que acabam num aterro (de resíduos industriais perigosos). 

- Apesar de se garantir que as cápsulas são feitas de plástico "seguro" livre de BPA, alguns estudos mostram que mesmo este tipo de material pode ter efeitos prejudiciais quando aquecido (por exemplo, podem actuar como estrogénio no corpo humano);

- Um estudo da Universidade de Barcelona indica que os níveis de furano (componente tóxico e possivelmente cancerígeno) são maiores neste tipo de café, quando comparado com o tradicional expresso ou café de cafeteira.

 

 

Soluções?

  • Quer a Nespresso como a Delta (passe a publicidade) desenvolveram sistemas de aproveitamento das cápsulas, mas vejamos, quantos de nós separam as cápsulas e as entregam para reciclagem? 
  • Uma forma de as acumular em casa, será coloca-las num garrafão (eu faço uma espécie de "porta" no garrafão, quando está cheio encaminho para uma loja Delta)
  • Nas lojas Pingo Doce (passo a publicidade) já existem ecopontos para cápsulas de café (e rolhas, tampas,...)
  • Existem cápsulas reutilizáveis, no entanto não sei até que ponto aquele plástico será inócuo...
  • Existem também máquinas de café com moinho incorporado, são mais práticas do que as de manípulo (menos sujidade, por exemplo), no entanto o preço ainda não é nada convidativo;
  • Voltar a usar café feito "à moda antiga" pode ser uma solução...

 

 

 

 

 

publicado por Maria às 12:30

10
Fev 17

A navegar nas noticias recentes, encontrei um titulo que me chamou à atenção:

Miopia aumenta nos jovens e a culpa é da falta de sol e dos computadores

 

Lendo a notícia por alto, chego à conclusão que ainda não existem estudos que indiquem de que forma as actividades ao ar livre influenciam a miopia: 

O que falta perceber é de que forma é que as atividades ao ar livre têm influência no desenvolvimento da miopia. Jorge Jorge diz que têm sido estudados vários fatores: "A influência da luz solar no processamento da vitamina D e produção de dopamina; a diminuição do diâmetro pupilar e consequente diminuição das aberrações periféricas; o espectro de radiação da luz solar."

 

Relativamente ao computador, não é só este que está em causa, mas sim todas aquelas actividades que obrigam a uma visão de perto: computadores, tablets, smartphones, livros, etc.

 

Ps: irei escrever brevemente sobre a vitamina D, que quase todos nós temos em deficit e é importantíssima para o nosso organismo. 

publicado por Maria às 15:16

30
Jan 17

A propósito do documentário que vi sobre o Peixe de Aquacultura  tive vontade de aprofundar o conhecimento sobre um ingrediente usado na ração dos peixes - a Etoxiquina.

Esta substância é um antioxidante, não sendo considerada genotóxica.

No entanto,

um dos seus metabolitos, a imina quinona etoxiquina, poderá ser genotóxica - ou seja, pode danificar o ADN - o que indica um potencial problema de segurança. Além do mais, em resultado do processo de fabricaco, há uma impureza, a p-fenetidina, possível carcinogénico, que permanece neste aditivo para rações” 

 

Descobri que esta já foi usada para pulverizar maçãs e pêras (incluindo no nosso país)  até à bem pouco tempo (2013). Ou seja, grande parte de nós já ingeriu directamente este produto (já não falando da sua ingestão indirecta, pelos animais alimentados com rações onde este produto está presente).

Actualmente o seu uso já não é autorizado (União Europeia) para uma série de produtos (sementes, frutas, vegetais, entre outros). Mas (existe sempre um mas, não é?),

"Embora a categoria «Peixe, produtos à base de peixe, crustáceos, moluscos e outros produtos alimentares marinhos e de água doce» esteja prevista nesse anexo, ainda não foram inscritos produtos específicos dado que os LMR para os pesticidas no peixe ao abrigo do Regulamento (CE) n.° 396/2005 só serão estabelecidos quando estiverem finalizadas as metodologias para o efeito, que estão ainda a ser desenvolvidas.

A etoxiquina foi autorizada como aditivos nos alimentos para animais ao abrigo da Diretiva 70/524/CEE(3) com uma limitação da quantidade a usar nos alimentos para animais. Após a receção de um pedido de nova autorização para utilização nos alimentos para animais, o produto foi submetido ao procedimento de reavaliação estabelecido no Regulamento (CE) n.° 1831/2003(4). Neste contexto, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA) publicou em 21 de outubro de 2015 um parecer inconclusivo(5). Consequentemente, os serviços da Comissão estão a preparar uma medida de suspensão da autorização existente da etoxiquina para todas as espécies animais. Essa medida seria revista após a avaliação pela AESA de uma série de dados suplementares que o requerente da nova autorização se comprometeu a apresentar de acordo com um calendário definido. A necessidade de fixar LMR para a etoxiquina nos produtos alimentares em consequência da utilização dessa substância como aditivo nos alimentos para animais, bem como eventuais restrições à sua utilização para todas as espécies-alvo, serão consideradas com base no resultado da avaliação pela AESA dos dados suplementares a receber, incluindo no atinente a aspetos da segurança dos consumidores.”

In Perguntas Parlamentares

 

E quais os riscos desta substância na saúde humana? Pelo que apurei, ainda são grandemente desconhecidos, em parte devido à falta de estudos.

 

No documentário que falei acima, entrevistam uma investigadora, Victoria Bohne, que foi “empurrada a sair” do instituto onde trabalhava, devido à investigação sobre esta substância, amplamente usada nas rações para peixe de aquacultura.

Portanto, não existem estudos sobre o impacto na saúde (Victoria afirma no documentário que a substância atravessa a barreira cerebral e pode ser cancerigena…. ), nem estão disponíveis limites máximos para os animais de consumo, mas sabe-se que a sua degradação no organismo pode originar outras substâncias, genototóxicas e carcinogénicas).

 

Notas:

  • No fórum projectavalon.net encontrei informações e links pertinentes para o tema.
  • Fiquei curiosa em ler o estudo de Victoria Bohne. Na pubmed constam três artigos onde ela é co-autora, no entanto não me pareceu que nenhum deles trate os efeitos da Etoxiquina na saúde.
publicado por Maria às 14:06

24
Jan 17

 

Este ano a OCDE publicou um estudo sobre desperdício na despesa da saúde nos países membros (Tackling Wasteful Spending on Health). São apontadas sete áreas com excesso de despesa e com eventual prejuízo na saúde das pessoas, grupos e populações.

Os números para a OCDE nas áreas reportadas são:

  • 10% de intervenções desnecessárias e infecção adquirida nos serviços de saúde;
  • 10% da despesa hospitalar é afecta a correcção de erros ou infecções adquiridas em serviços de saúde;
  • 33% das crianças nascem por cesariana, sendo o número possível de 15%;
  • a variação da penetração de consumo de genéricos é entre 10 a 80% do total dos fármacos;
  • 20% das urgências em Portugal são inapropriadas;
  • as perdas por erros e fraude são em média de 6% da despesa dos serviços de saúde.

Na análise realizada Portugal apresenta melhores indicadores em admissão ao hospital relacionada com problemas de diabetes e no financiamento do sistema de saúde. No entanto, não estamos bem nas infecções adquiridas nos serviços de saúde e na utilização dos serviços de urgência. 

As Grandes Opções do Plano na área da Saúde para 2017, o Plano Nacional de Saúde e os Programas Prioritários em Saúde procuram dar respostas a estes desafios. Os reflexos destas orientações começam a estar explanados nos Planos Locais de Saúde em que a participação da comunidade é um factor essencial. Esteja atento e informe-se sobre o Plano Local de Saúde da sua área.

 

Daquilo que conheço, há muito para fazer e trabalhar. Continuamos a batalhar nas Precauções Básicas de Controlo da Infecção, na utilização de Equipamentos de Protecção Individual, em divulgar os 5 momentos da higienização das mãos... mas chegamos aos locais e não há água quente (ou sistemas de climatização), os profissionais de saúde estão desmotivados ou ignoram certas regras (em nome do andar bem vestido aperaltado).

Vemos muito desperdício de materiais que, devido a uma má gestão, vão ficando nas prateleiras, passando o prazo (de esterilização, de medicamentos - felizmente actualmente já existem plataformas informáticas de gestão do material, o que permite um maior controlo e evita abusos e desvios).

Vemos os médicos e enfermeiros nos bares (também têm direito à pausa, claro que sim) de bata vestida e estetoscópio ao pescoço (imagem de marca dos médicos), bata essa que serve para proteger das contaminações, bata essa que à partida está contaminada com microorganismos, mais ou menos perigosos.

Vemos a população a recorrer às urgências porque o filho vomitou no carro (enquanto bebia um leite com chocolate - esta é real), porque precisam de pedir nova medicação para a conjuntivite (outra real, fruto de conversas enquanto aguardava que me chamassem), porque não têm unidades de saúde nas proximidades ou estas não têm resposta...

 

E os Planos Locais de Saúde? Estes, para já, constituem um bom plano de intenções, mas não sei até que ponto estão a ser operacionalizados no terreno... 

 

 

publicado por Maria às 11:21
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