Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo, no qual a dimensão local e global estão ligadas (Carta da Terra).

05
Dez 17
  • O site tararecuperavel.org lançou em outubro deste ano uma campanha "Sabia que a Beata também é lixo?" Com disponibilização de autocolantes para afixar em locais estratégicos, pode ser uma maneira fácil e rápida de fazer algum activismo ambiental (e alertar aquelas pessoas que acham que as beatas se degradam naturalmente ou têm asas que as levam até ao caixote do lixo mais próximo).

 

  • No jornal "Correio do Minho" uma pequena reportagem sobre o seminário ‘Alto Minho AdaPT - Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas, onde o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, proferiu a seguinte frase "Os portugueses são sensíveis às alterações climáticas, mas não para a economia circular (baseada no uso e reaproveitamento) de produtos"

 

  • No Portugal Gov "Governo aprova Plano de Ação para a Economia Circular, O Conselho de Ministros aprovou o Plano de Ação para a Economia Circular no âmbito da estratégia a seguir até 2020 e com o objetivo de redefinir o conceito de fim de vida da economia linear, assente na produção e eliminação de resíduos, apostando nos conceitos de reutilização, reparação e renovação de materiais e energia. Na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, Matos Fernandes referiu que «o princípio basilar da economia circular é que todos os resíduos são materiais que podem voltar a ser utilizados»."Em última análise, procura-se que o consumidor "deixe de ser consumidor para passar a ser utilizador"" (proposta muito interessante mas que deve "chocar" com os representantes dos maiores grupos económicos...)
     
     
    Espero que este Plano de Acção seja amplamente divulgado e implementado. Está na hora de se investir em Economia Circular e Sustentabilidade.
     

     

publicado por Maria às 11:42

21
Fev 17

As máquinas de café em cápsulas são deveras convenientes, disso não há duvidas. 

Permitem escolher diversos blends (mais fortes, mais fracos, mais aromáticos), é muito fácil tirar um café e a sujidade é mínima.

Mas, o que está por detrás do café em cápsulas? Será que essa conveniência não trás um preço amargo à saúde e ambiente?

Segundo uma noticia do observador, o próprio inventor das cápsulas de café já se arrependeu de as ter inventado...isto devido à poluição gerada pelas mesmas.

Aqui estão alguns factos interessantes (ver aqui, aqui e aqui):

- Segundo a DecoProteste, se cada pessoa beber dois cafés por dia, em 350 dias, consome cerca de 700 cápsulas, o que pode chegar a 700 g de alumínio, 5,7 kg de plástico ou 4,2 kg de papel (isto imagino que varie com a marca de cápsulas utilizada);

700 cápsulas por pessoa/ano, multiplicando pelo número de utilizadores de cápsulas de café (o número é astronómico, mesmo).

- A maioria dos utilizadores não as coloca em ecopontos adequados (já existem em alguns supermercados, as próprias marcas por vezes recolhem as cápsulas), o que faz com que o alumínio e plástico que as compõem vá parar a aterro;

- Mesmo quando é reciclado, o alumínio produz alguns subprodutos tóxicos, que acabam num aterro (de resíduos industriais perigosos). 

- Apesar de se garantir que as cápsulas são feitas de plástico "seguro" livre de BPA, alguns estudos mostram que mesmo este tipo de material pode ter efeitos prejudiciais quando aquecido (por exemplo, podem actuar como estrogénio no corpo humano);

- Um estudo da Universidade de Barcelona indica que os níveis de furano (componente tóxico e possivelmente cancerígeno) são maiores neste tipo de café, quando comparado com o tradicional expresso ou café de cafeteira.

 

 

Soluções?

  • Quer a Nespresso como a Delta (passe a publicidade) desenvolveram sistemas de aproveitamento das cápsulas, mas vejamos, quantos de nós separam as cápsulas e as entregam para reciclagem? 
  • Uma forma de as acumular em casa, será coloca-las num garrafão (eu faço uma espécie de "porta" no garrafão, quando está cheio encaminho para uma loja Delta)
  • Nas lojas Pingo Doce (passo a publicidade) já existem ecopontos para cápsulas de café (e rolhas, tampas,...)
  • Existem cápsulas reutilizáveis, no entanto não sei até que ponto aquele plástico será inócuo...
  • Existem também máquinas de café com moinho incorporado, são mais práticas do que as de manípulo (menos sujidade, por exemplo), no entanto o preço ainda não é nada convidativo;
  • Voltar a usar café feito "à moda antiga" pode ser uma solução...

 

 

 

 

 

publicado por Maria às 12:30

02
Fev 17

Notícia no Theguardian: "Donald Trump 'taking steps to abolish Environmental Protection Agency"


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"Donald Trump prepara-se para acabar com a Agência de Proteção Ambiental americana.

Myron Ebell, uma figura influente junto do Presidente americano disse que "o movimento ambiental é a maior ameaça à liberdade no mundo moderno". Até poderá ter alguma razão, quando o mundo moderno é sinónimo de corrupção, de ecocídio, de exploração de seres humanos, de crueldade para com a vida, da contaminação generalizada, das alterações climáticas, de inequidade, do racismo, da xenofobia, do especísmo, do egoísmo, do antropocentrismo, da competição doentia e da imposição de um modelo económico irreal, insano, escravizador e potenciador de conflitos. É precisamente contra esta 'modernidade' que o verdadeiro movimento ambiental luta, defendendo a democracia, a equidade, a justiça, o ambiente, o equilíbrio ecológico, o bem-estar de todos, as economias sustentáveis e solidárias e a beleza natural. O movimento ambientalista defende uma cidadania alargada, fundeada pela ética, respeito e cuidado, que são valores que se encontram tão afastados da atual Casa Branca."

In: SEA - Sociedade de Ética Ambiental

 

Nota pessoal: no facebook estou em alguns grupos de temas mais "alternativos" e de facto muitas, mas mesmo muitas pessoas, acham que o aquecimento global antropogénico é uma farsa. E celebraram o facto de Trump ter sido eleito, já que ele não acredita nesse aquecimento (pergunto-me que ligações terá ele a empresas poluentes ou de combustíveis fósseis?). Será que poluir o nosso planeta-mãe não traz realmente repercussões? Quais as implicações de um dos maiores poluidores do mundo não tomar medidas para minimizar o impacto ambiental das suas escolhas? 

publicado por Maria às 15:58

16
Jan 17

Por vezes parece-me que a maioria das pessoas acha que o lixo “desaparece” por artes mágicas. É colocado no contentor – de lixo indiferenciado ou, caso o cidadão seja mais consciente, nos respectivos ecopontos – e depois evapora-se, como que por magia.

O problema é que a maioria das pessoas não pára para pensar nisso, nunca visitou uma lixeira ou aterro, um centro de triagem, de compostagem ou de incineração.

Já visitei todos estes, bem como centros de reciclagem de plástico e vidro (não me recordo de visitar centros de reciclagem de papel).

Visitar um aterro sanitário é uma experiência única, que nos abre a mente. O que acontece num aterro? Toneladas e toneladas de lixo, recebidas todos os dias, são colocadas em grandes “buracos” (que têm de ser bem isolados para garantir que as águas “lixiviantes”, resultantes da degradação dos resíduos não penetrem no solo, contaminando este e os aquíferos de água). Depois de compactados, os resíduos são tapados com uma camada de areia. Após atingir a capacidade daquela  célula (local onde os resíduos são colocados), esta tem de ser encerrada. Num aterro bem construído, existem drenos para encaminhar as águas contaminadas para tratamento e sistemas de captação dos gases formados (metano e outros) para igual tratamento. Mas tal não acontece nos aterros mais antigos… (vulgo lixeiras).

 

E o que acontece ao lixo lá depositado? Estudos indicam que após 40 anos (ou mais) ainda é possível identificar os resíduos lá colocados. Sejam resíduos orgânicos (uma casca de banana, por exemplo), sejam inorgânicos (roupas, plásticos, etc.).

Daí ser importante que:

  • sejam produzidos menos resíduos
  • seja dado um destino final adequado a cada um deles (compostagem no caso dos resíduos orgânicos, reciclagem no caso do vidro, papel, embalagens)

De modo a que aos aterros vão parar apenas os resíduos que não podem ter outro tipo de destino. E, a bem dizer, será uma quantidade bem menor do que a actual.

E o que podemos todos fazer?

  • Reduzir a produção de lixo: recusar (objectos desnecessários, sacos, brindes, publicidade, etc.), escolher objectos com menos embalagens, dar o que não se necessita, tentar reutilizar objectos para outros fins, evitando comprar outros objectos. No caso da roupa, doar a instituições ou colocar nos contentores de recolha de roupa (polémicas aparte, parece-me melhor colocar ali do que no contentor do lixo indiferenciado);
  • Fazer uma boa triagem dos resíduos, encaminhando o que for reciclável para os ecopontos. Grandes quantidades podem ser entregues nos ecocentros, em alguns municípios pode combinar-se um dia para recolha de monos (electrodomésticos, móveis, etc.).
  • Se possível, fazer compostagem. Há quem faça em casa, vermicompostagem, por exemplo.  Quem tem quintal, não necessita de grandes aparatos, eu coloco os meus resíduos compostáveis num canto do jardim. Para ficar mais bonitinho pode construir-se um compostor. E para facilitar esta tarefa, sugiro a colocação de um pequeno balde com tampa junto à bancada da cozinha, basta ir colocando aqui os materiais compostáveis e quando der jeito levar o balde até ao local da nossa compostagem.

Sugiro o seguinte exercício: num dia “normal” da vossa família, pesem os resíduos produzidos. Desde os recicláveis aos da cozinha, casa de banho, etc..

Já fiz esse exercício, não me recordo de quanto produzia, mas sei que fiquei algo chocada. Hoje em dia produzo bem menos, talvez um saco pequeno na cozinha (semanal) e o saco do wc, muito graças às fraldas (não cheguei a aderir a fraldas reutilizáveis - shame on me).

 

 

publicado por Maria às 12:37

06
Jan 17

Quanto estudei na faculdade, aprendi a “bíblia” dos 3R’s – Reduzir, Reutilizar, Reciclar. Mais tarde a docente da cadeira de Resíduos apresentou-nos o 4º R – Recuperar (na altura, era exemplo a energia criada com a incineração de resíduos [estávamos no inicio do funcionamento da Incineradora da Valorsul, situada em S. João da Talha]).

 

 

Recentemente deparei-me (com alguma surpresa, confesso, pois sempre me considerei estar bem informada sobre políticas ambientais) com os 7 R’s:

  • Repensar (será que precisamos mesmo daquele objecto?)
  • Reduzir (o consumo, as embalagens, o desperdício)
  • Reutilizar (o objecto para outro fim)
  • Reaproveitar (reparar o objecto danificado antes de o eliminar)
  • Reciclar (separar os resíduos e encaminhar para reciclagem)
  • Recusar (embalagens, objectos desnecessários)
  • Recuperar (valorização térmica, compostagem de resíduos orgânicos)

Parece-me que esta política dos 7R’s vem do Brasil, pelo menos não encontro referências em sites portugueses. E a própria definição de cada R surge com designações diferentes e com alguma confusão entre termos.

No entanto, alguns parecem-me essenciais: para além do Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Recusar e Reparar deveriam estar na base!

Maslow, com a sua pirâmide de necessidades (Teoria das Necessidades Humanas), tinha tudo muito bem pensado… no entanto, a nossa sociedade baseia-se no consumo, no descartável, no fugaz... invertendo a pirâmide!

O importante é parecer e ter (quantos de nós não conhecemos o exemplo de X, Y, e Z que passam fome mas compram o telemóvel topo de gama que acaba de ser lançado?), logo as prioridades passam a ser a "Auto Realização", a "Estima" (apesar de as necessidades fisiológicas serem sempre a base, parece-me que começam a ser encaradas de forma secundária, em especial nas sociedades ditas desenvolvidas, em que à partida estão minimamente asseguradas).

 

 

publicado por Maria às 15:56

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